12 de mar. de 2010

Meu adeus a Glauco

Pouco a pouco vou perdendo a capacidade de me chocar com a dose de miséria que acontece todos os dias. Não me orgulho disso, mas é um fato, mais que isso, uma necessidade. Com as mortes estúpidas do cartunista Glauco e seu filho ocorridas na madrugada da última sexta feira assumo de vez o luto por todo ato de violência, por toda vítima sem nome, por todas as pessoas que viram estatísticas.
Não preciso ir longe para ver as marcas da violência, já que todas as pessoas de minha família foram assaltadas a mão armada, algumas mais de uma vez. Em nosso dia a dia nada justifica essa violência, afinal não moramos em uma cidade considerada violenta, sequer nos encaixamos em um perfil de pessoa que chame a atenção de assaltantes pela demonstração de posses. Em lugar disso somos um retrato, melhor dizendo um cartum de Glauco: com os mesmos traços, o mesmo rosto, para que todos possam se identificar.
Nunca cheguei a conhecê-lo (apenas através de suas obras), mas sinto sua morte porque com ela também fiquei órfão como o Geraldão, Netão, Zé do Apocalipse e todos seus os outros personagens.

O site universohq prestou uma bonita homenagem reunindo os mestres do cartum brasileiro em sua despedida a Glauco:
Para saber um pouco mais sobre o artista e sua obra , segue o link abaixo:



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